Mergulhadores encontram corpos de duas vítimas do colapso da ponte de Baltimore

por Inês Moreira Santos - RTP
Jim Lo Scalzo - EPA

As equipas de resgate e os mergulhadores encontraram os corpos de dois dos seis trabalhadores desaparecidos e dados como mortos na sequência do desabamento da ponte de Baltimore, na passada terça-feira. Há também novas informações sobre o navio cargueiro que embateu na infraestrutura, no Estado de Maryland, e provocou o colapso desta. De acordo com as autoridades, a embarcação transportava materiais químicos perigosos, que caíram à água com o impacto.

De acordo com a polícia do Maryland, os corpos foram encontrados dentro de um camião vermelho submerso. As vítimas são o mexicano Alejandro Fernández Fuentes, de 35 anos, e o guatemalteco Dorlián Castillo Cabrera, de 26 anos.

A mesma fonte adiantou ainda que os dois homens pertenciam ao grupo de oito trabalhadores de construção civil que trabalhavam na ponte Francis Scott Key, na madrugada de terça-feira, quando o navio Dali atingiu a infraestrutura.

Na terça-feira à noite, as autoridades norte-americanas suspenderam as operações de resgate, devido às condições de insegurança, de visibilidade e meteorológicas, e consideraram como mortos os seis desaparecidos. Neste momento, continuam por recuperar quatro das vítimas.
Os operacionais estão, contudo, com dificuldades em manter as buscas por causa dos detritos da ponte e dos veículos que caíram à água e que as autoridades acreditam que podem conter outros corpos.
Navio transportava químicos perigosos

De acordo com os responsáveis pelas investigações do acidente, o cargueiro transportava 56 contentores com materiais químicos perigosos, que caíram à água com o impacto. No navio estariam 764 toneladas de materiais corrosivos e inflamáveis, incluindo baterias de lítio.

A presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes explicou, numa conferência de imprensa, que alguns desses contentores se partiram com o embate contra a ponte e caíram no rio Patapsco. Por essa razão, aquela zona é considerada “perigosa”, neste momento, com a quantidade de detritos a somar ao mau tempo, o que tem impedido as equipas de mergulhadores de verificar o estado dos contentores submersos.

O governador do Maryland, Wes Moore, disse à comunicação social que os mergulhadores estavam “lá em baixo, na escuridão, onde podem literalmente ver cerca de 30 centímetros à frente deles”, e rodeados por metal mutilado.

Jennifer Homendy previu ainda que a investigação sobre o acidente e o desabamento da infraestrutura, que causou a morte de seis trabalhadores que tapavam buracos na ponte, vai demorar entre um e dois anos.
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